24 de nov. de 2007

A LEIROSA



Refere J. P. Mano* que “A Lourosa, nome que mais tarde evolucionou para Leirosa, foi uma pequena e antiga povoação de Lavos, como tantas outras pequenas povoações da freguesia, mas esta com a característica de ter sido quase só povoada por moleiros”.
Sampaio e Lourosa tinham uma linha de separação indefinida”, razão pela qual hoje todo o conjunto toma o nome de Sampaio (Dr. Elísio de Moura, cit. Por J.P. Mano). Isto porque a Leirosa não se situa onde é hoje a povoação da praia da Leirosa, mas sim perto da chamada “vala da Leirosa”, próximo das actuais instalações da Celbi.
Topónimo que aparecia era o de Louroza dos Moinhos, por referência aos moinhos que então havia na povoação – 16, conta o notável investigador.
O registo do primeiro nascido na praia da Leirosa data de 1836 e refere-se a uma Florinda, filha de Joaquim Fontinha e de Teresa Maia. Agora, já na povoação de pescadores – oriundos de Quiaios, diz J.P.Mano, estabelecida nos areais da costa.
Entre 1843 e 1852 foram registados 20 nascimentos na Praia da Leirosa, quase metade dos neófitos eram filhos de quiaenses e vinte por cento de Ílhavo-covenses.
Em 1854 a Praia da Leirosa tinha 16 fogos, mais do que a Costa de Lavos que contava apenas 11. Trinta anos depois a Costa suplantava em muito a povoação da Praia.
A Leirosa deixou de fazer parte da freguesia de Lavos quando apareceu a freguesia da Marinha das Ondas, em 21 de Março de 1928. Foi, no dizer de J.P.Mano “a última das povoações da costa meridional da Figueira a desistir da exploração das grandes artes de arrastar para terra, lançados pelos belíssimos e inconfundíveis grandes barcos da arte”.

*J.P.Mano, Terras do Mar Salgado / A foto é de Manuel Cintrão, Marinha das Ondas, na história e na lenda