24 de jul. de 2005

A GRANDE EPIDEMIA E O CRUZEIRO



Quando o general Massena passou a fronteira com um exército de 60 mil homens, as populações das aldeias limítrofes acorreram à cidade em busca de protecção. A grande aglomeração de famílias em condições de pouca higiene gerou uma epidemia que provocou forte mortandade (mais de 5 mil mortes), tendo atacado também os “soldados da Brigada”.

O número de mortes obrigou a Câmara de então a abrir novo cemitério, pois o adro da igreja matriz mostrava-se insuficiente. A decisão teve lugar a 24 de Janeiro de 1810 e reza assim uma passagem:

“(…)Se não deviam enterrar no centro da povoação onde está a egreja e o seu adro, e por conseguinte se devia estabelecer um logar mais remoto e separada para que os mesmos se sepultassem com segurança do público (…) e assentaram que o sitio mais adequado (…) fosse a Cerca do Convento de Santo António”.

Com a batalha do Bussaco e tendo as Brigadas deixado a Figueira da Foz, as gentes refugiaram-se nos arredores, pelos pinhais e montes.
Em Outubro, Massena mandou Montbrun à Figueira para saquear os armazéns da terra que se julgavam bem abastecidos, mas os franceses encontraram-nos vazios.

Com a saída dos franceses do território nacional começou a chegar à Figueira forte apoio em alimentos que eram distribuídos para outras paragens.

Todos dizem que a foz de Figueira do nosso Mondego está coalhada de Hyates e outras embarcações de transportes”.

Para assinalar estes acontecimentos foi erigido em 1912 um cruzeiro, em cuja base um texto dá conhecimento destes factos e que se encontra agora na rua Heróis do Ultramar.


Nota: O monumento está completamente abandonado mais parecendo uma lixeira; falta, no seu exterior, uma explicação alusiva aos factos históricos que lhe deram origem.