Em 1701 iniciava-se construção da nova igreja matriz. Eram tempos difíceis pois o povo pediu ao Rei que os dízimos entregues ao Cabido da Sé ficassem aqui, para ajudar à construção do templo. Esta deverá ter sido também a razão pela qual se interromperam, nesta altura, as obras de reconstrução das fortalezas de Buarcos e da Figueira, que se realizavam por alvará de D. Pedro II.
Em 1704 morria o bispo-conde D. João de Melo – 49º Bispo de Coimbra e 14º Conde de Arganil, nascido na Figueira da Foz em 1620 - a quem se atribui a construção da Casa do Paço, iniciada em 1700. Refere o investigador Arnaldo Soledade que o bispo mandou erigir a Casa “por sentir na carne os efeitos estivais da velha Coimbra”.
Na verdade, o bispo não devia andar bem pois não sobreviveu para ver a edificação completa. Tudo indica que a Casa nunca foi concluída, face ao projecto inicial, pois falta-lhe o torreão poente.
A razão da atribuição da Casa a D. João de Melo prende-se com a similitude da sua fachada principal com a fachada norte do Convento de Stª Isabel. Os torreões também são iguais, têm as mesmas proporções e igual coroamento.
A Casa foi deixada pelo Bispo-Conde ao seu sobrinho D. António José de Melo, cujos descendentes foram condes da Figueira. Já foi hospedaria, sede da Assembleia Figueirense, colégio, ginásio, museu municipal e local de instrução militar.