Nascido na freguesia da Abrunheira (1817-1905), Joaquim António Simões herdou posses dos seus pais e de um irmão. Desenvolveu, no entanto, actividades bem sucedidas no comércio exportador e deve ter sido o mais notável dos comerciantes figueirenses.
Exportou para o Brasil e outras paragens, Vinho do Porto, espumantes da Bairrada, geropigas, aguardentes e um licoroso de fabrico próprio, que se assemelhava ao Madeira; mais tarde canalizou os seus negócios para as ex-colónias de Angola e Moçambique.
Rezam as crónicas que os seus armazéns (em número de 14, localizados onde é hoje o Palácio da Justiça) eram dos maiores do país e que foram montados por operários de Bordéus. Empregava, na sua tanoaria privativa, nos momentos de maior trabalho, cerca de oitenta operários e utilizava “as mais modernas e apuradas machinas”. Os seus produtos foram medalhados em Filadélfia, Paris e Cidade do Cabo.
Joaquim António Simões foi membro do Partido Progressista e foi ministro de D. Maria em 1848.
A ele se ficou a dever a construção do Teatro Circo Saraiva de Carvalho (concluído em 1885), que viria a dar origem ao actual casino (foi o principal accionista da Sociedade Teatro-Circo Saraiva de Carvalho), e foi o grande impulsionador da construção do ramal ferroviário da Beira Alta (1882). Também se deve à sua influência a construção da primeira ponte sobre o Mondego (1906).
Vejam o post "As pontes da Figueira" de Agosto de 2004.