24 de jul. de 2008

Mr BLIGH DESEMBARCOU EM BUARCOS



(…)destacou-se da esquadra a nau Alfredo, do commando do capitão Bligh, que desembarcou em Buarcos com alguma tropa.
Não havendo onde aquartellar esta força mandou a Junta immediatamente construir no Pinhal oito barracões de madeira, e uma cosinha para preparar os alimentos.
Mr. Bligh demourou-se algum tempo na Figueira, indo pelo rio até Montemor, no barco de Lourenço Gonçalves.
A fim de prevenir alguma surpreza do inimigo, estabeleceram-se palissadas nos sítios do Pinhal e Lamas, principaes entradas da povoação, que foram defendidas por algumas peças de artilharia; a guarnição do forte foi reforçada, reparadas as principaes obras de defeza, e provido das competentes munições.
As povoações vizinhas da Figueira apressaram-se a mandar os soccorros que puderam, vindo de Maiorca uma companhia de ordenanças com 51 homens, das Alhadas 24, de Mira 92, da Carapinheira 81, de Arazede 68, de Liceia 15. Em Buarcos organisou-se também uma companhia com 74 homens, sendo alguns da Figueira, perfazendo tudo um total de mais de 400 ordenanças. De Peniche vieram vinte e cinco soldados de artilharia, e de outras localidades alguns soldados de infantaria e cavallaria.
(…) Foram enviadas diversas escoltas ao sul do Mondego, a fim de observarem os movimentos do inimigo; d`uma d` elas era comandante José Fernandes Thomaz. Estabeleceu-se também um serviço de posta a cavallo dirigido por João António Ferreira de Sá.
A esquadra ingleza conservava-se á vista da Figueira, aguardando o ensejo favorável de operar o desembarque das tropas que só poude começar a fazer-se no dia 1 de Agosto. A este tempo a Junta tinha já encarregado o mestre Ricardo José Monteiro, de construir algumas barracas, destinadas a alojar as tropas inglezas durante a sua permanência na Figueira

Retirado de A Figueira e a invasão franceza, notas e documentos de Pedro Fernandes Thomás, Figueira, 1910