* José Bento era o ídolo dos figueirenses. Tinha já batido o record mundial e derrotara grandes campeões. Os seus patrícios não toleraram a vitória de Dionísio (1). Os jornais da época insurgem-se contra os exaltados que não souberam conter-se.
Pode dizer-se que o ciclismo ginasista de então nasceu, viveu e morreu com a actividade de José Bento (2). A carreira do figueirense é uma página única do desporto nacional.
De 1892 a 1905, com um interregno de 1902 a 1905 correu em Espanha, França (Paris) Bélgica (Gand), Suiça (Genebra), Itália (Turim) Alemanha (Berlim) e Brasil (Pará). Em Espanha disputou provas em Vigo, Corunha, Sevilha, Bilbau, Salamanca, Ávila e Madrid. Na capital de Espanha esteve continuamente oito meses e, em Paris, dois anos. Em Maio de 1897, na inauguração do velódromo de Chamartin, Madrid, ganhou a prova internacional e bateu o record mundial dos 500 metros, que pertencia a Jacquelin, baixando o tempo de 34,6 para 33,2 segundos.
(…) Conquistou grande número de medalhas e objectos de arte, e entre os prémios pecuniários que obteve conta-se o que ganhou no Pará – 10 contos fortes.
(…) Quando as notícias das vitórias chegavam à sua terra, o entusiasmo dos figueirenses expandia-se em manifestações ruidosas e festivas: saíam as filarmónicas, a fachada do Teatro Príncipe iluminava, havia marchas, au flambeaux – uma loucura. E quando o campeão vinha descansar – meia Figueira ia festejá-lo. Chegou a ir da estação do Caminho-de-ferro para casa aos ombros dos mais entusiastas. Isto aconteceu, por exemplo, quando, logo a seguir à derrota de José Bento, nas festas do S. João de 1901, ele regressou do Porto, onde vencera duas vezes José Dionísio no velódromo Maria Amélia.
(…) Em 1 de Setembro de 1901, os clubes ciclistas do país prestaram uma homenagem ao grande campeão. Para lhe ser entregue uma mensagem e um brinde, organizou-se a estafeta ciclista Lisboa-Figueira.
José Bento Pessoa foi não só um campeão mundial, o maior ciclista de velocidade do seu tempo, mas também um treinador competente.
* In, Cardoso, J. Sousa, Ginásio Clube Figueirense, subsídios para a sua história (1895-1944), Figueira da Foz, 1944
(1) José Maria Dionísio, de Viseu, bateu José Bento Pessoa na grande corrida de S. João de 1901, no improvisado velódromo da então rua do Príncipe Real (da República) e Fernandes Tomás.
(2) Outros ciclistas da altura, companheiros de José Bento, eram: José de Araújo Coutinho, Albano Custódio, Constantino Pessoa, Manuel Simões Barreto, Adolfo Rodrigues, António Pestana, José Novaes, António Reis, Afonso Rainha, Rodrigues de Oliveira, António Mesquita, Joaquim Alves Fernandes Águas.
Pode dizer-se que o ciclismo ginasista de então nasceu, viveu e morreu com a actividade de José Bento (2). A carreira do figueirense é uma página única do desporto nacional.
De 1892 a 1905, com um interregno de 1902 a 1905 correu em Espanha, França (Paris) Bélgica (Gand), Suiça (Genebra), Itália (Turim) Alemanha (Berlim) e Brasil (Pará). Em Espanha disputou provas em Vigo, Corunha, Sevilha, Bilbau, Salamanca, Ávila e Madrid. Na capital de Espanha esteve continuamente oito meses e, em Paris, dois anos. Em Maio de 1897, na inauguração do velódromo de Chamartin, Madrid, ganhou a prova internacional e bateu o record mundial dos 500 metros, que pertencia a Jacquelin, baixando o tempo de 34,6 para 33,2 segundos.
(…) Conquistou grande número de medalhas e objectos de arte, e entre os prémios pecuniários que obteve conta-se o que ganhou no Pará – 10 contos fortes.
(…) Quando as notícias das vitórias chegavam à sua terra, o entusiasmo dos figueirenses expandia-se em manifestações ruidosas e festivas: saíam as filarmónicas, a fachada do Teatro Príncipe iluminava, havia marchas, au flambeaux – uma loucura. E quando o campeão vinha descansar – meia Figueira ia festejá-lo. Chegou a ir da estação do Caminho-de-ferro para casa aos ombros dos mais entusiastas. Isto aconteceu, por exemplo, quando, logo a seguir à derrota de José Bento, nas festas do S. João de 1901, ele regressou do Porto, onde vencera duas vezes José Dionísio no velódromo Maria Amélia.
(…) Em 1 de Setembro de 1901, os clubes ciclistas do país prestaram uma homenagem ao grande campeão. Para lhe ser entregue uma mensagem e um brinde, organizou-se a estafeta ciclista Lisboa-Figueira.
José Bento Pessoa foi não só um campeão mundial, o maior ciclista de velocidade do seu tempo, mas também um treinador competente.
* In, Cardoso, J. Sousa, Ginásio Clube Figueirense, subsídios para a sua história (1895-1944), Figueira da Foz, 1944
(1) José Maria Dionísio, de Viseu, bateu José Bento Pessoa na grande corrida de S. João de 1901, no improvisado velódromo da então rua do Príncipe Real (da República) e Fernandes Tomás.
(2) Outros ciclistas da altura, companheiros de José Bento, eram: José de Araújo Coutinho, Albano Custódio, Constantino Pessoa, Manuel Simões Barreto, Adolfo Rodrigues, António Pestana, José Novaes, António Reis, Afonso Rainha, Rodrigues de Oliveira, António Mesquita, Joaquim Alves Fernandes Águas.