24 de ago. de 2007

24 DE AGOSTO: FERNANDES TOMÁS E O SINÉDRIO



A 24 de Agosto de 1820 a guarnição militar do Porto dá início ao movimento que haveria de liquidar a monarquia absolutista. Por trás desta iniciativa estava o Sinédrio.

Criado em 1818, por impulso de Fernandes Tomás – que lhe escolheu o nome, o qual significa Assembleia e que reunia em todos os dias 22 na Foz do Porto, em casa de Ferreira Borges – o Sinédrio começou por ser composto por dez elementos: comerciantes, altos funcionários e militares.

Com a sublevação da Galiza e a proclamação da Constituição de Cádis o Sinédrio intensificou a sua actividade conspiratória, a ele se juntando altos comandos militares. O golpe foi preparado para o dia 29 de Junho mas gorou-se por ter recuado no seu apoio o Coronel António Teixeira de Barros. Entretanto, o ministro espanhol D. José Maria de Pando contacta Fernandes Tomás, prometendo apoio para a revolução em Portugal, mas tendo por condição uma União Ibérica. As crónicas falam de uma reunião à meia-noite, no jardim de Cedofeita, onde Fernandes Tomás, perante Ferreira Borges e Francisco Gomes terá dito: Perdermos a nossa nacionalidade! Nunca! Nunca!

Em Julho, Tomás parte para Lisboa em busca de apoios. Ao movimento adere D. Francisco de São Luís, patriarca de Lisboa, que leva para as suas hostes o Coronel Barros, de Braga. Quando Fernandes Tomás regressa ao Porto, o Sinédrio reúne e marca a data de 24 de Agosto para despoletar o movimento. Tomás reúne-se com o Brigadeiro Silveira Pinto – militar prestigiado no norte do país - para redigirem o manifesto, embora Tomás levasse o documento já escrito. Silveira recusa assinar, referindo que só assinaria um que trazia consigo no bolso. A reunião dá em nada.

Fernandes Tomás convoca de novo o Sinédrio e dá-lhe conta do impasse. O Coronel Sepúlveda é escolhido para reunir com Silveira e trazê-lo à razão. Este vem a assinar, no dia 22 de Agosto, um novo manifesto, desta vez da lavra de Ferreira Borges.

O Sinédrio dissolveu-se no dia 24, com o estalar do movimento e com a entrada de alguns dos seus membros para a Junta Provisional do Governo.