O alerta de que tinha deflagrado um incêndio no sopé setentrional da Serra da Boa Viagem foi dado cerca das 20h25 do dia 20 de Julho. A eclosão do incêndio deu-se no lugar de Barrocas, próximo da estrada de Quiaios-Praia de Quiaios. O solo possuia uma densa camada de manta morta, imprimindo grandes proporções ao incêndio logo no seu início. O desenvolvimento do incêndio continuou ao longo de toda a noite.
Na manhã do dia 21 havia duas frentes, uma de maior intensidade em direcção a leste, outra mais lenta em direcção à povoação da Murtinheira. Às 16h00 eclodiu nova frente desta vez no lugar de Monte Alto.
Na encosta norte, a falta de vigilância e os ventos fortes possibilitaram o reacendimento de vários focos. Às 21h00 já o fogo atingia grandes proporções.
Cerca das 12h00 do dia 22 o fogo já se encontrava muito próximo da Murtinheira.
A partir do momento em que o incêndio entrou na Serra tornou-se incontrolável, formando-se várias frentes em diferentes direcções.
O chalet de caça ardeu cerca das 18h30. Nos Vais uma frente limpou 7 casas. Pelas 21h30 o fogo aproximou-se da povoação da Serra.
O incêndio da serra foi um incêndio de copas, varrendo a maior parte da serra em apenas 3 a 4 horas, continuando a lavrar, nos dias seguintes pois só viria a ser dado como extinto às 12h00 do dia 24. Durante 71 horas e 35 minutos, decorridos entre os dias 20 a 24 de Julho de 1993, 1173,5 ha da floresta da Serra foram percorridos pelo fogo.
texto de Adélia Nunes(adapt)