26 de dez. de 2004

MONDEGO, VIA FLUVIAL



Em 1868 tentou-se estabelecer uma carreira fluvial a vapor ligando a Figueira a Coimbra. A façanha voltou a ser tentada pelo cap. da marinha mercante Elísio Santos Fera, em 1872, pretendendo ligar a Figueira a Montemor e, no Inverno, a Coimbra. A pouca navegabilidade do rio e a sua dependência das marés nunca deixaram estes projectos chegar a bom porto.

A via fluvial era, no entanto, a utilizada para ligar as duas margens do Mondego. Havia uma linha que ligava o cabedelo ao cais da Figueira e que só desapareceu com a ponte e outra que ligava os Armazéns de Lavos ao mesmo cais, a qual utilizava o braço sul do rio e que era feita por dois barcos. Existiam ainda outras ligações fluviais como as que ligavam o Canal, a Barra e o Alqueidão à cidade. Do sul trazia-se vinho, leguminosas, batata, fruta, madeira e arroz.

O rio tinha permitido anteriormente a vinda até à foz, em barcos à vela, do produto dos vinhedos do Dão, das laranjas de Coimbra e dos tecidos da Covilhã, Mangualde e Guarda. Para o interior, os barcos levavam sardinha, bacalhau, sal, arroz e figos. Já com o século XX entrado ainda havia uma carreira que ligava Stº Varão à Figueira e que transportava entre cargas, os banhistas que acorriam à praia da Figueira.