Eis um interessantíssimo texto publicado no A.F. (ano II, nº 6, 1934) da autoria de João Coelho. Ficamos chocados com a sua actualidade e com a forma simples e inteligente como o problema é colocado; problema que ainda hoje está por resolver. Vejamos o seu sábio conselho:
"Há muito que meditamos na possibilidade de se organizar um pequeno museu militar no Forte de Santa Catarina, à semelhança dos numerosos que, após a Grande Guerra, se espalharam pela Bélgica, e constituem hoje um dos maiores atractivos para os visitantes daquele pequeno grande país. A Figueira, conquanto não tenha sido teatro de extraordinários feitos bélicos, foi-o todavia dum evento que a liga à história militar da Inglaterra e de Portugal, por um modo que, em qualquer país teria sido muito bem explorado, como um riquíssimo filão para efeitos de turismo. Refiro-me ao desembarque na margem sul do nosso porto da tropas inglesas do comando de Sir Arthur Wellesley, mais tarde Duque de Wellington.
"Há muito que meditamos na possibilidade de se organizar um pequeno museu militar no Forte de Santa Catarina, à semelhança dos numerosos que, após a Grande Guerra, se espalharam pela Bélgica, e constituem hoje um dos maiores atractivos para os visitantes daquele pequeno grande país. A Figueira, conquanto não tenha sido teatro de extraordinários feitos bélicos, foi-o todavia dum evento que a liga à história militar da Inglaterra e de Portugal, por um modo que, em qualquer país teria sido muito bem explorado, como um riquíssimo filão para efeitos de turismo. Refiro-me ao desembarque na margem sul do nosso porto da tropas inglesas do comando de Sir Arthur Wellesley, mais tarde Duque de Wellington.
Na casamata do forte, fronteira à capelinha de Stª Catarina instalar-se-ia este pequeno museu que, como simples comemoração do feito citado, não exigiria grande cópia de espécies expostas. Poucas coisas mas bem apresentadas, e uma boa decoração, bastariam para lhe estar assegurado um efeito retumbante, com o qual, a Figueira pobre de monumentos e de tradições muito teria a lucrar. A adaptação dessa casamata é tudo quanto há de mais simples e menos dispendioso (...) Como ornamento, vários painéis de azulejo, representando um dêles, o desembarque das tropas britânicas segundo um desenho feito por um oficial que acompanhou a expedição e do qual há várias cópias na Figueira, e outros representando Wellington, Napoleão ou qualquer outro motivo (...).
Talvez não fôsse desacertado haver ainda neste museu uma pequena secção representativa da Grande Guerra. Na secção da Guerra Peninsular haveria espingardas de pederneira, espadas, mochilas, etc. e alguns manequins representado soldados ingleses e portugueses vestidos com os fardamentos da época.
Também a capelinha de Stª Catarina devia fazer parte dêste museu, como local em que os soldados da guarnição do Forte, muitas vezes praticaram, até sob forma, alguns actos do culto então obrigatório(o autor sugere aqui algumas pinturas a criar por artistas plásticos do seu tempo e a expôr na capela). Depois disto uma brochurazinha com algumas ilustrações a côres, descrevendo em português e inglês o acontecimento histórico que o museu visa perpetuar (...) Eis, um alvitre que o Álbum se honra de sugerir."