"A grande maioria dos portugueses vive o amor pátrio como dado intuitivo e imediato, identificando-o normalmente com o amor à terra em que nasceram e onde lhes decorreu a primeira educação. Assim considerado, este amor pátrio gera um patriotismo localista e constitutivamente emotivo. O seu horizonte físico mal vai além da aldeia ou da vila natal e o seu horizonte moral é definido pela constelação de sentimentos que tem por centro a casa familiar. Constitui a forma mais simples, tenaz e generalizada, da fenomenologia do nosso sentimento patriótico, sendo suas notas características a visão estática e a saudade, por assim dizer vital.
Se não erro, é o amor pátrio assim entendido, ou melhor assim sentido, que explica em grande parte a constituição da nossa vida civil com base no agregado familiar, o desinteresse pela vida pública como actividade de primeiro plano, e a instabilidade de todas as organizações de significação estritamente política".
Joaquim de Carvalho, extracto de "Compleição do Patriotismo Português", discurso proferido no Rio de Janeiro, em 10 de Junho de 1953. Na foto, o ilustre pensador na conferência.
Assinala-se este mês cinquenta anos da morte de Joaquim de Carvalho.
Se não erro, é o amor pátrio assim entendido, ou melhor assim sentido, que explica em grande parte a constituição da nossa vida civil com base no agregado familiar, o desinteresse pela vida pública como actividade de primeiro plano, e a instabilidade de todas as organizações de significação estritamente política".
Joaquim de Carvalho, extracto de "Compleição do Patriotismo Português", discurso proferido no Rio de Janeiro, em 10 de Junho de 1953. Na foto, o ilustre pensador na conferência.
Assinala-se este mês cinquenta anos da morte de Joaquim de Carvalho.