Dizem as fontes que corria uma “luminosa tarde de Abril” de 1881 e que o pátio de Stº António “regorgitava” com a procissão do enterro. O momento era solene também pela presença das autoridades, gente distinta e ilustre. Duas filarmónicas faziam a guarda de honra: a Dez de Agosto ( dos Regeneradores) e a Figueirense (dos Progressistas).
Vejamos o que nos diz o relato:
“Mal a imagem semi-desnuda, de carnes maceradas, expõe à luz do dia o seu decúbito impressionante, seguida da Senhora das Dores, de expressão dramática e cabeleira desgrenhada, uma filarmónica avança. É a Dez de Agosto. A outra imita-a Ambas disputam o lugar de honra. E então é que foram elas! Esquecendo as circunstâncias e o local, os filarmónicos armados do instrumental, arremetem uns contra os outros. Engalfinham-se, enovelam-se, barafustam, agridem-se, esmurram-se, esbofam-se como possessos! Seus partidários, de parte a parte, em grande número, apressam-se a seguir-lhes o exemplo”.
O instrumental, diz o relato, converteu-se “em sucata”. Vítima da pancadaria saiu a imagem do senhor “com um braço partido”. E não houve procissão.