Passam duzentos anos da tomada do forte de Stª Catarina aos franceses.
veja-se o post de Maio de 2005 "A Tomada do forte de Stº Catarina".
29 de jun. de 2008
ZAGALO E O FORTE
Publicada por António em 2:38 PM
23 de jun. de 2008
A BATOTA AMENA
Mas enganam-se os cavalheiros da indústria do jogo. Eu cá estou. (…)
Tivessem as autoridades a noção simples do dever que são obrigadas a cumprir, e há muito que a nossa praia estaria limpa d`esses senhores, que vassouram para a burra dos patrões avaros e rapaces o que a ingenuidade e o vício atiram para cima do tentador pano verde. E limpa também d`esses mesmos patrões que mal sabem ler e escrever, cuja origem e procedência é quasi sempre incerta, mas que passeiam a sua sobranceria, acotovelando com desprezo as pessoas que ganham honradamente a sua v ida.
(…)
Fechem-se as batotas! Cumpra-se a lei…
António Amargo, O Figueirense, 10 de Setembro de 1922
Publicada por António em 8:42 AM
13 de jun. de 2008
REDONDO JÚNIOR
Redondo Júnior, (1914-1991) jornalista, teatrólogo, dramaturgo, encenador, tradutor, crítico, in "A Juventude pode salvar o teatro"
Publicada por António em 11:27 AM
10 de jun. de 2008
O VELHO NAVIO
Vai para o Mar!
Pois só o Mar, que é traiçoeiro, é que não mente;
-Floresce em ilhas para o náufrago impaciente
E para o sonho que deseja repousar.
Simples miragem? O que importa se a miragem
Nos trouxe a febre de partir e de aportar,
A Primavera renascente da viagem!...
Deixa o passado junto ao cais, ó meu navio!
- Soluça lento o fado triste nas guitarras,
Há beijos quentes nas tabernas, sobre o rio…
Vai para o largo, para o Mar, quebra as amarras,
Não oiças mais o seu encanto doentio!
Mas, ao partir, para galgar com rapidez
A noite e o espaço,
Atira ao fundo com teu lastro de amargura, Com o teu lastro de agonia e de cansaço,- De vida morta, de vida impura –
E a proa em riste, entre gaivotas a cantar,
Vai para o Mar!
João de Barros( 1881-1960)
Publicada por António em 12:03 PM
7 de jun. de 2008
O Maio
Maçarócas ao cortiço
Já hoje lá vão sete!
O homem pedia-lhe que lhas deixasse ver mas a mulher dizia-lhe que estava a chegar Maio, e antão as veria curadas.
Efectivamente, chegou o mês de Maio, e a mulher lá foi co`as outras ao rio, mas em vez das meadas, que não tinha, começou com grande estardalhaço a lavar umas esteiras que levava.
Foram contar a coisa ao marido, que lh`apareceu vestido de Maio, cheio de flores, c`um grande chapéu na cabeça, e um cacete nas unhas.
Chegou-se ao pé da mulher e disse-lhe c`uma voz soturna:
Eu sou o Maio curão
Curo meadas e esteiras não!
E ergueu logo o cacete p`rá mulher que estava espantada a vê-lo, e deu, deu, até o diabo dizer basta.
Voltaram p`ra casa, e diz-lhe ele:
-Prepara-te que temos de ir amanhan à feira.
Mas a mulhersinha estava sem um trapo que vestisse, porque não tinha fiado um fio durante todo o ano.
Ele antão emprestou-lhe um capote, meteram-se no carro, e lá foram p`rá feira.
Chegados lá, o homem, que queria pregar partida á mulher, quando estavam no ponto de maior concorrência, arrincou-lhe o capote das costas, e, como era a única coisa qu`ella levava vestida, ficou como a mai a deitou a este mundo.
Ninguém poi na sua ideia a algazarra medonha que ali s`ergueu; e tão grande foi ella que o marido teve que meter a desgraçada a toda a pressa no carro e trazê-la p`ra casa.
Isto serviu-lhe de lição, de modos que dahi p`ró futuro já fiava a valer; e quando alguem lhe dissesse que fiasse mais devagar porque algum fio era grosso e outro fino, ella respondia:
Grosso e delgado,
Tudo cobre o rabo!
Cardoso Marta e Augusto Pinto, Folclore da Figueira da Foz, (1913)
Publicada por António em 11:09 AM