O TEU SORRISO
No teu sorriso, leve como a cassa
Do teu Vestido de ir flanar à praia,
Vive a mimosa e perturbante graça
Da folha tenra e verde d`uma olaia.
Na sua macieza de Cambraia,
Quando em mim poisa – Gaze que esvoaça –
Dá-me a impressão nervosa d`uma saia
Roçando por Tapetes quando passa.
Entre o velludo-roxo das olheiras,
Fortemente vincados a nankim
Brilham-te os olhos-rúbidas fogueiras.
E os teus lábios sangrentos de carmim
- Azas d`insecto, trémulas, ligeiras –
Riem, sorrindo, manchas de setim…
Setembro 1917 António Amargo
8 de out. de 2007
POETAS FIGUEIRENSES
Publicada por António em 3:08 PM