8 de out. de 2007

POETAS FIGUEIRENSES

O TEU SORRISO

No teu sorriso, leve como a cassa
Do teu Vestido de ir flanar à praia,
Vive a mimosa e perturbante graça
Da folha tenra e verde d`uma olaia.

Na sua macieza de Cambraia,
Quando em mim poisa – Gaze que esvoaça –
Dá-me a impressão nervosa d`uma saia
Roçando por Tapetes quando passa.

Entre o velludo-roxo das olheiras,
Fortemente vincados a nankim
Brilham-te os olhos-rúbidas fogueiras.

E os teus lábios sangrentos de carmim
- Azas d`insecto, trémulas, ligeiras –
Riem, sorrindo, manchas de setim…

Setembro 1917 António Amargo