9 de jan. de 2005

PEDRO FERNANDES TOMÁS E A BIBLIOTECA




Em 1908 uma comissão liderada por Pedro Fernandes Tomás ofereceu ao município (era presidente da Câmara Joaquim Jardim) os seus préstimos para organizar uma biblioteca a partir de alguns livros (783 volumes guardados no Museu que então se situava no Paço) que constituíam espólio da edilidade. Da comissão faziam parte também Francisco Martins Cardoso, António Carlos Borges, Alberto Diniz da Fonseca, Eloy do Amaral e Cardoso Martha.

A inauguração da biblioteca fez-se a 1 de Maio de 1910 num edifício situado na Praça Nova logo à entrada da rua dos Ferreiros.
Em Outubro do ano seguinte a novel biblioteca mudou para o edifício dos Paços do Concelho e em 1915 voltou a mudar de poiso desta vez para a rua 10 de Agosto onde permaneceu até 1927.
No ano seguinte o espaço dos livros voltou a ser transladado, desta feita para o 1º andar do edifício dos Bombeiros Municipais frente à igreja matriz.

Muitos se lembram ainda de a biblioteca ter funcionado na Praça Velha, no 1º andar da mercearia Tomás do Café. Isto desde 1953 até 30 de Agosto de 1974, quando ficou, finalmente, no edifício onde hoje a conhecemos.
Pedro Fernandes Tomás (1853-1927), conhecido por Mestre Pedro, foi professor da escola industrial. Era um bibliófilo apaixonado e foi colaborador da imprensa local; fundou e dirigiu a revista Figueira; foi musicólogo e pesquisador do folclore português (editou na imprensa da Universidade "Canções Portuguesas do Séc. XVIII à Actualidade) e um dos fundadores da Sociedade Arqueológica. Fundou a escola maçónica figueirense "Evolução". Cultivou amizade com Miguel de Unamuno com quem trocou correspondência.